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Castelos de areia
Caminham alegres,
seguem travessas,
o vento agita as folhas,
das abençoadas palmeiras
As ondas levantam areia
As dunas viram escorrega,
se munem de pás, baldinhos,
e começam a moldar seus castelos
Crianças e seus sonhos
suas bolas, bicicletas,
pastéis, milhos, pipocas,
bolhas de sabão, papagaios
Tudo no ar, terra e mar
na graça da idade
no encanto da ingenuidade
sem maldade, sem julgar
Imerso nestas cenas bucólicas
feito pescador que há tempos
lança o anzol nas marés altas,
ao crepúsculo, fisgando anxovas.
Sinto um nó na garganta,
como um aperto no coração
ao recordar a velha Praia Vermelha
palco poético de minha iniciação
De quem em outros tempos
aqui sentava frente pro mar ao entardecer,
e destilava devaneios, prosas e sonhos
entre as vagas horas do anoitecer
Aqui solitário feito um marujo
Que retorna, após longa viagem, ao porto.
Vejo que me consumi muito, cresci tão pouco,
Causas e bandeiras lutei, mas com vigor retorno...
ao ponto de partida.
AjAraújo, o poeta humanista, poema escrito em julho de 1990, após retornar à Praia Vermelha, na Urca-RJ, local onde iniciou a jornada para o Curso de Medicina, na década de 70.
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Comentários
Castelos de areia
"Aqui solitário feito um marujo
Que retorna, após longa viagem, ao porto.
Vejo que me consumi muito, cresci tão pouco,
Causas e bandeiras lutei, mas com vigor retorno...
ao ponto de partida".
Re: Castelos de areia
LINDO POEMA, LINDAS RECORDAÇÕES!
Aqui solitário feito um marujo
Que retorna, após longa viagem, ao porto.
Vejo que me consumi muito, cresci tão pouco,
Causas e bandeiras lutei, mas com vigor retorno...
ao ponto de partida.
Meus parabéns,
Marne