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COVIL DE RAIVAS …

Mágoa soletrada em pranto.

Suavidade silenciada,
almofada em branco no leito da alma.

Letra oca.

Poema como covil de raivas.

Lágrimas que caem acesas,
como saraivas estridentes a retalhar o rosto
com atalhos rentes ao cáustico caos do olhar.

Gumes
de água sem gosto.
Lumes de Agosto sem sol.

Horas condenadas ao corpo,
voltas  às cambalhotas a riscar o céu.

Olhos adormecidos no lodo do infinito
como âncoras fundeadas nas areias movediças da noite.

Ânfora açoite em cacos pelo fundo da escuridão.
Mão que afaga as candeias da voz.
Pés pregados aos nós do chão.

Tormento sem leme
ao vento do grito que a carne esconde.

Maré de um momento morto.

Luar sem lábios onde pousar
as salivas da eternidade nos eclipses do ser.

Cegonha mecânica.
Atmosfera em sede botânica.
Vaidade convertida em vergonha.

O adeus como forquilha
a lançar as palavras às cinzas.

A saudade como boca
que se abre em dentes do inferno
para nos mastigar os açucares do tempo.

.
.
.
.

Submited by

segunda-feira, junho 25, 2012 - 22:55

Poesia :

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Henrique

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Comentários

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Covil dessa "raiva"... Na

Covil dessa "raiva"...
Na qual eu não quero estar
E ser "Saraiva"...
Sem "raiva" do ter,
E poder respirar...
Tranquilo
Ao beijar...
Até morrer.

mongiardimsaraiva

imagem de Henricabilio

Que a raiva que possa vir a

Que a raiva que possa vir a nascer
nunca se transforme em fúria no ser
- mas quem nunca se sentiu atormentado
e passou um mau bocado?!

Saudações!

_Abilio

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