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DE FOGO E OÁSIS
O amor.
De imagens e tactos,
esse sol silvestre que queima.
Esse apego à semente que tolhe o corpo com zelo.
De alma e carne,
esse naco que a vida colhe e a morte lega.
De dias e noites,
essa flor que o tempo perfuma em sopro sábio.
De horas e lentidão,
esse buraco que o sonho teme.
De insónias e névoas,
esse nada que escala o rosto em avalanche.
De rugas e sombra,
essa montanha que a lágrima lava.
De choro e riso,
esse rio que corre como palavras
de um poema abalroado por aluamento.
De musas e dor,
esse lugar dos poetas que não cabe nos olhos.
De distância e mar,
esse prisma que os lábios tiritam em ânsia.
De rasgo e beijo,
esse movimento chamado amor.
De infinito e eternidade,
esse nascer que o sol-pôr contempla.
De gaivotas e areia,
essa praia endeusada a dois como peito de paixão.
De fogo e oásis,
esse sentir pintor de universos no céu do ser.
De silêncio e canção,
esse encontro como invento da razão.
De vento e sexo,
essa água que nos conjuga ao paraíso dos loucos.
O verbo amar como altar.
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