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DEZ MINUTOS DE CHUVA …
Foram gotas por todo o lado.
Marotas e molhadas,
chuvadas de todo o lado…
… do céu ao chão,
… da estrada ao corpo,
… das árvores esbofeteadas
pelo vento,
repintadas pelo frio.
Era água,
eram respingos,
foi tempestade!
As pessoas impotentes.
Cheias de graça sem graça nenhuma,
uma a uma
numa corrida incapaz de correr.
Multidão à rasca,
olhares que olham sem se ver.
Os ombros abalroavam todos os sentidos,
joelhos que se roçavam meios perdidos
num então de dez minutos de chuva.
Os pés nadavam aos pontapés pelos rios da rua.
As pressas eram travadas pelo caos.
Os motores impacientes.
As luzes tremulavam quase ausentes
e a chuva cantava de galo.
.
.
.
.
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