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EIS A LÁGRIMA QUE DÁ VOZ AO MEU OLHAR
Métricas imperfeitas.
Encorpados em rendas
que beliscam o traço da tristeza,
meus olhos caem rentes a nuvens cinzentas.
Sombra em bafo,
vultos que tornam o caminho escaldante,
pisar de onde brota a distância a sua escada.
Oscilado sobre si mesmo,
o chão treme o movimento
que profusa meu passo com tanto por ir.
Orla fria tal boca vazia num enxame de silêncios.
Abro o coração ao verso que em mim chora.
Eis a lágrima que dá voz ao meu olhar.
Tosse o corpo poeiras por assentar
nesse pulmão franzino. O sono do sonho.
Pólen que baila
aos ventos do destino,
sinas que brincam na minha pele
como ondas na praia. O sentido dos sentimentos.
Olho o céu da noite sem ver o breu,
vou por esse buraco fora.
A hora corre,
o momento morre na franja do universo
onde canta o infinito a minha alma em chama.
Luares que rugem ajoelhações diante nada.
Em canto baixinho tal rato se esconda do lobo.
Estrelas que não cansam
falar as suas formas tântricas. Envenenadas.
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Poesia :
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