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Em pedaços
Dos lábios não dantes ou quase nunca tocados, a ausência
A espreitar o frescor não remanescente de uma obra literária
Que paira na tempestuosa nebulosa de um cometa
Que perpassa nas entranhas de uma aurora.
Foste tu? Oh, Deusa tenebrosa do amor
A desfalecer este meu pobre coração
Foste tu? Oh, Deusa da perdição
A alimentar-me com um cálice de cicuta.
Por que não me deste ilusões enegrecidas?
Ofuscadas pelo vislumbre da indecisão
Por que não me deste desse seu corpo a ilusão
Dos afagos carnais tão vislumbrados.
E de tudo o que deste-me não marcou nada
No cálice tempestuoso da útima hora
Cinge aqui apenas pedaços de um retalho
Desfalecidos em uma vaga memória.
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