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ENCONTRO-ME NAS PALAVRAS ONDE MURMURO PROCURAR-ME
Encontro-me nas palavras
onde murmuro procurar-me.
Perco-me nas águas da minha sede.
Sucumbo ao norte apedrejado de olhos
que me olham de dentro das paredes do meu ser.
Arde-me nos ouvidos o fogo
que ondula no mar o caminho que me chama ir.
Rendido ao ventre do horizonte,
desfolho os lábios como um livro.
Arranco-me da insónia feita de nada.
Parto ao silêncio por ocupar num poema
que me invade, num perfume que deixa sem lume.
Sem lugar neste gume pensar.
Que me entorpece o pensamento
com falas de mim, sem sentido consentido.
Oprimido no invisível, sentado no impossível.
Atiro-me à boca das sombras, perdido em mim.
Faço da ilusão a minha casa,
do grito a minha asa de condor.
Omnipresente ausência
às voltas do tempo amontoado
em nomes que o corpo pede em tristeza.
O chegar da noite oculta em solidão, serena.
Dispersa pelo pescoço da rua
que a janela acompanha ao longe, em guilhotina.
Viagem sem fim, barco sem despedida.
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Comentários
No encontro de ti nas
No encontro de ti nas palavras
Onde te buscas
Num barco que nunca chega a porto algum.
Gostei muito,
Beijos
Encontro...
Um encontro por questionamento... As palavras de um eu pensante e um eu sensível...
Bonito!
Bjo
Henrique, Um poema belo num
Henrique,
Um poema belo num ritmo da meditação em que pausadamente nos aprofundamos no sentido poético e filosófico da tua sempre bela poesia..
Beijo