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ERECTO AMOR AUSENTE
Pernoito raiz dolente
que bebe do inferno inquieto
das minhas mãos a fé feita de pântanos.
Há quem lhe chame saudade.
Domo o azul
que chora céu aberto
ao relento do purgatório sem lei
que me faz ser não sei nódoa de medo.
É um troço de escolhas.
Apelo meu olhar
num socorro que só eu escuto
na berma da luz fechada no vento
que grito em marés desobedientes à lua.
Lobisomem contrariado.
Rapto o luar
que me afaga frio
na cilada do sentir nada
em cada alínea do meu passo raso.
Fronteira entre a realidade e o sonho.
Adio a tortura
do efeito lixo da causa alvo
na face injuriada do tempo por faltas
que não encontro nos ecos das minhas buscas.
Cita ironia o louco.
Atolo madrugadas
de espera insegura que queima
a voz outrora ilesa ao fogo do desejo
que cede incompatível ao jorro das minhas horas.
Superfície do ser.
Cavo túneis
na carência rocha de pânico
que simula a solidão nos meus lábios
sem que desenterre a paixão dos escombros
do destino erecto numa imagem de amor ausente.
Poço de sentimentos.
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Poesia :
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Comentários
Re: ERECTO AMOR AUSENTE
Sabe Henrique senti uma sede de destruição ou pelo menos de "humilhação" do belo à sua volta, como se quisesse tingir tudo do negro do sofrimento, numa especie de busca pela aceitação do mundo pela sua dor atraves da identificação pela paisagem alterada e feita imagem soturna... Perturbador, deliciosamente pertubador!
Beijinho em si!
Inêw
Re: ERECTO AMOR AUSENTE
Belo poema"Fronteira entre a realidade e o sonho"
Muitas vezes vive-se assim. Abrassss
Re: ERECTO AMOR AUSENTE
Lindo texto feito:
"Poço de sentimentos."
Um abraço
:-)
Re: ERECTO AMOR AUSENTE
LINDO POEMA, GOSTEI!
Meus parabéns,
Marne