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Espaço de tudo e do nada
Vem-me aos olhos o sabor da amargura,
A tal limitação de espaço que brota as lágrimas.
O derradeiro grau de decadência
Amontua-se e aperta o interior desgastando as veias,
Sufocando o vácuo de mim.
Começam as perguntas sem resposta
E os "porquês" disto e os "ses" daquilo.
Atentei todas as suas formas
Mas só resta uma resposta para todas elas:
Fiz Porque assim agi e, Se não o fizesse seria diferente.
Quis todo o sofrimento físico e moral
Porque sabia que quando terminasse
Tu irias com ele.
Não restaria mais memória do que és
Nem do que foste.
Pensei eu.
Do que és já o vento levou para junto do mar
Afogando e enterrando junto de peixes sem espinha.
O que foste continua no espaço de tudo e do nada
Pousado cuidadosamente
Dentro do meio de qualquer coisa
Serrado pela chave que levo no peito.
Tem lá muita massa em relação ao volume,
Por isso, fragmentam-se certas coisas
Empalidecem,acanham e desabam
O imaginário formado de ar.
____________________________________________________
Autor: Ana Pinto
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Poesia :
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Comentários
Re: Espaço de tudo e do nada
Um poema bem escrito, gostei!!! :-)