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ESSE DIZER QUE A PEDRA FALA
Pedras dispersas,
palavras sem prumo na calçada do silêncio.
Rema a voz
o seu rumo sem leme
cuja deriva são pernas de timbre mudo.
Luz rouca,
avenida pouca para tanto tamanho.
Poema imóvel,
esse dizer que a pedra fala.
Suor que a mão não diz
qual vermelho faça escutar-se proibido.
Azul desabitado, verso de nunca.
Decapitado ai,
o último momento que a sepultura cala.
Dizer transverso,
rua em vírgula invertida.
Abismo em soneto,
paragrafo caído aos pés de uma árvore.
Folhagens de ruído seco,
estrépito sol que entra em lágrima.
Copas de onde o chão é um corpo nu em sombra.
Jardim deserto,
a rima escorre pela cintura da ampulheta.
Areia movediça, vontade tonta
qual hora enjoe as voltas ao relógio.
Ponte bamba, o tempo.
Espaço em espelho,
o infinito como estrada da alma.
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Poesia :
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