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ESSE NADA À DERIVA NOS TEUS OLHOS


Que sensação esta repentina e fria.

Suspiro em dor,
sopro que me faz crer que vais partir.

Sem querer chorar,
sem acenos nem olhar para trás.

Como se tudo
entre nós fosse uma voz muda,
como se sentir fosse um barco que se afunda.

Num mar sem luar,
sem ondas para embalar a tua tristeza.
Maré imunda, esse nada à deriva nos teus olhos.

Essa lágrima não é tua, não te dei esse choro.

Não queiras fazer do nosso namoro
um coro onde nunca cantamos.

Porque porquê queres ir embora?
Porquê agora?

Se partires vai contigo
a hora em que te conheci.
Vai contigo o dia que nasceu nos nossos lábios.

Só pensar que queres ir embora,
a noite mora na insónia, meu corpo demora na saudade.

Se partires for verdade,
ficarei a sós com a eternidade que te prometi.

Ficarei lixo,
bicho do que sinto e não minto
este amor indomável que queres enjaular no teu adeus.

Se fores, leva os céus,
não quero apenas ver-te nas estrelas.

Mas não me leves a alma,
assim poderei sentir-te sempre no meu corpo.

 

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terça-feira, junho 21, 2011 - 21:18

Poesia :

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Henrique

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