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Fantasias & Teatro II: Demônios De Minhas Manhãs

Demônios de minhas manhãs

Abraça-me com tuas enormes asas
Vista-me com teu manto flamejante!
Calda rastejante, contida de pecados, grita meu nome, traz á mim luz divina, que não conheci.
Beija-me em teus desejos e durma-me nessa fantasia.
Rasgue toda a santidade, seja bem vinda;
ó tu, nua e bela insanidade, inspira-me!
Ti Anjo de Luz já não podes voar, asas quebradas, e pés soterrados em lamas de sangue de dor,
Ti Anjo de Luz cheio de chamas nos olhos e lágrimas sobre o corpo,
quem o tornou assim, quem o deixou assim?
Haverá mais loucos que o desenhará e escreverá tuas formas estranhas, o verá de várias maneiras, mas serão poucos que falarão tua língua, que viverão tua história.
Anjo de luz caído que o julgam como um cão faminto, carnívoro.
Mas és tão lindo quanto os outros anjos, acredito em seus cabelos mansos e brancos iluminando meu caminho,
Completamente leviano, me buscando em meus pesadelos internos.
Nestes tempos de inverno...
Levastes embora almas perdidas, volta-te á reinar no lugar daquele que nunca reinou, e o jogou, o deixou suicidar.
Branda forte tua imensa espada, contida de injustiça
Branda forte tua brava voz que expressa em minha garganta.
Faça-me ditar teu nome, para que todos o conheçam como eu, grande desconhecido.

Eu sou a grande voz
que ecoa pelos cantos alucinados das salas...
Eu sou a vida, eu sou os desejos
e eu vivo disso ...
ao meu redor ouço pessoas gritando a salvação
nada serio...tudo em vão
Ao meu redor a vida segue seu rumo
Á um destino noturno ...
e a escuridão apodrece meu ser
as sombras tornam meu sangue em vinho
enfim estarei a beber
até não mais aquentar e cair no chão ...
e por momentos eu levantarei, e irei reviver.

Eu sou um grande anjo de luz
que salva a mim mesmo,
quando estou caindo...


Demônios de minhas manhãs mais belas, vêm correndo fazendo barulho entre as florestas, torturando e castigando os inocentes que não existem!
Acelera meu coração e o explode em meu profundo intenso, quando os vejo.
Não quero lembrar o quanto pareço doente, perdido em minhas razões.
Pedindo para levar-me até o paraíso que só existe nos olhos daqueles que morrem.

Demônios de minhas manhãs tão lindas, encanta amor.
Desamarram-me destas cordas que me fazem escarrar sangue que me destrói, e me dói, e me dói.
E tudo fica tão sujo, e escuro que não me é permitido poder ver.
as lágrimas da hipocrisia se glorificam nos rostos daqueles que nunca souberam sorrir, como saber o que é real?
as coisas nunca foram as mesmas...

-Luz escaldante tente me ouvir, quero que saiba que não sei viver sem ti, não sei o que falar quando não há palavras...
-Ensina-me a mentir!

Nossas vozes tão vagas,nossas vozes tão claras e fracas.
Vejo sob teu olhar coisas raras.
Quem seria eu, sem você aqui?
Para me dar as palavras que preciso ouvir...
Me faz sentir mais vivo que eu consiga ser?
A dor me afunda e não sei o que fazer!
Vou tentar mais de uma vez respirar,
Você não se esqueceu de mim?
Não se esqueceu que ainda eu estou aqui.
Não me importa quanto tempo tenho, mas eu vou invoca-lo
até me escutar, onde quer que esteja eu vou estar tão perto
Você vai me ver!
Você vai me olhar!
Porque nunca olhou para trás?
Ainda estou aqui vagando, querendo descansar em paz, dentro de você.
Abra seus olhos para enfim eu poder abrir os meus.

Demônios de minhas manhãs, não ouçam o que dizem, eu não os ouvirei!
Falarão para mim de vocês, mas eu tamparei para sempre meus ouvidos, calarei minhas vozes, e prometo rir deles, por dentro!

Luz

Onde estas você agora, minha sombra?!
Onde estão aquelas promessas de um dia de sexta
Não, não foi um dia qualquer
Apesar de ter sido tão surreal
E ao mesmo tempo tudo mais tenso e lúcido
O vento tocava meu corpo
Junto ao seu tão quente...
O vento tocava meu corpo
Junto ao teu...
Eu sentia seu corpo
Eu sentia o meu corpo
Eu sentia minhas mãos frias sobre tua cintura
E suas mãos em meus ombros apertando
Arranhando...

Depois de algum momento
Eu fui lá fora
E já não tinha só eu e você
Como a noite em nuvens, nem a luz da lua
Era permitido ver
O vento tocava meu corpo
E me levava até você
O vento tocava em meu corpo
Junto ao teu tão quente

E lhe dizia suavemente
Em teus ouvidos
E os calafrios passavam dançando em seu corpo
Assim como meus lábios lhe beijando
Eu sentia minhas mãos frias sobre tua cintura
E suas mãos em meus ombros apertando
Arranhando...
 

Thiago Augusto Salvador

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terça-feira, janeiro 18, 2011 - 20:02
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