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FILIFORME …

Tão longe habitado
na silhueta avermelhada do fim da tarde.

Farol que arde gago
em palavras harmonísticas,
pelas arestas entremeadas de um deserto repentino.

Distância sozinha
no badalo de um sino de morte às costas.

Voz sem tino
de um "era uma vez"
a fazer o pino de tão aquém às postas.

Metade separada da língua do silêncio
inteiro.

Caligrafia doada à dor.

Madeira cortada à luz intermitente
das velas.

Pressentimentos sodomizados
por leituras cruéis.

Libidinosas tintas excitadas
nos pinceis lobisomens do tempo.

Canais de água ardente,
sem pedais em algoritmo tóxico.

Árvore de ramos sem fonética na noite.

Verosimilhantes remos voláteis
em açoite sem estética.

Escrivaninha
por dentro de terras fundidas
ao filiforme pudente da escuridão.

Incoerência macerada pelo pé dos ventos.
.
.
.
.

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sábado, abril 28, 2012 - 22:42

Poesia :

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Henrique

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