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FOGO SEM ESPÍRITO


Invadem-me os olhos escarpas,
harpas silenciosas. Lágrimas sem lar.

Olhar como presa da escuridão,
mão em fúria pelo cortejo dos pés ao abismo.

Besta de garras numa lagoa de passo vazio,
aresta trucidada por comboios cujo aço é tristeza.

Bosque de calafrios onde as árvores
são cordas de viola para as quais a morte não tem unhas.

Fruto irado em ramo desafinado na copa da noite
como luar em açoite num caldo de palavras arrefecidas.

Vocábulos entornados pelo mar da cara
como gaivotas perdidas em tornados de gritos.

Sofre o corpo como ilha que derrapa
pelos espinhos do céu de azul coxo por onde vai
o tempo roxo entre nuvens cinzentas e pedras negras.

Expulsas da voz
vão as horas sem sola pelo solo da dor,
tapete que voa em brasas hirtas ao dorso do sono.

Destino sem dono,
em desastre como fogo sem espírito
arda nas colinas que o ódio mastiga.

Sol de barriga oca onde o amor em vulto
é um buraco depenado pelos brancos da primavera.

Senhora de sementes sem vento
para as semear, prado sem sentimentos. Sem lugar.

 

 


 

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quinta-feira, outubro 6, 2011 - 20:06

Poesia :

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Henrique

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