CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
A Fronteira entre a Juventude e a Velhice (Hermann Hesse)
Creio que se pode traçar uma fronteira muito precisa entre a juventude e a velhice.
A juventude acaba quando termina o egoísmo, a velhice começa com a vida para os outros. Ou seja: os jovens têm muito prazer e muita dor com as suas vidas, porque eles a vivem só para eles. Por isso todos os desejos e quedas são importantes, todas as alegrias e dores são vividas plenamente, e alguns, quando não vêem os seus desejos cumpridos, desperdiçam toda uma vida. Isso é a juventude.
Mas para a maior parte das pessoas vem o tempo em que tudo se modifica, em que vivem mais para os outros, não por virtude, mas porque é assim. A maior parte constitui família. Pensa-se menos em nós próprios e nos nossos desejos quando se tem filhos. Outros perdem o egoísmo num escritório, na política, na arte ou na ciência. A juventude quer brincar, os adultos trabalhar.
Não há quem se case para ter filhos, mas quando chegam, modificamo-nos, e acabamos por perceber que tudo aconteceu por eles. Da mesma forma, a juventude gosta de falar na morte, mas nunca pensa nela; com os velhos acontece o contrário.
Os jovens acreditam ser eternos e centram todos os desejos e pensamentos sobre si próprios. Os velhos já perceberam que o fim vai chegar e que tudo o que se tem e se faz para si próprio acaba por cair num buraco e de nada valeu.
Para isso necessita de uma outra eternidade e de acreditar que não trabalhou apenas para os vermes. Por isso existe a mulher e os filhos, o negócio ou o escritório e a pátria, para que se tenha a noção de que o esforço diário e as calamidades têm um sentido.
Assim, uma pessoa é mais feliz quando vive para mais alguém, e não para si só. Mas os velhos não devem fazer disso um heroísmo, que não é. Do mais irrequieto jovem resulta o melhor dos velhos, o que não é verdade para aqueles que já na escola agiam como velhos...
Hermann Hesse, in "Gertrud"
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1004 leituras
other contents of AjAraujo
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Poetrix | Poemas - de "Magma" (Guimarães Rosa) | 2 | 26.647 | 06/11/2019 - 10:48 | Português | |
Videos/Música | Ave Maria - Schubert (Andre Rieu & Mirusia Louwerse) | 1 | 49.633 | 06/11/2019 - 10:02 | inglês | |
Poesia/Fantasia | Cabelos de fogo | 0 | 6.117 | 04/28/2018 - 20:38 | Português | |
Poesia/Dedicado | A criança dentro de ti | 0 | 4.875 | 04/28/2018 - 20:20 | Português | |
Poesia/Pensamentos | O porto espiritual | 0 | 5.799 | 04/28/2018 - 20:00 | Português | |
Poesia/Dedicado | Ano Novo (Ferreira Gullar) | 1 | 4.765 | 02/20/2018 - 18:17 | Português | |
Prosas/Drama | Os ninguéns (Eduardo Galeano) | 0 | 6.748 | 12/31/2017 - 18:09 | Português | |
Poesia/Dedicado | Passagem de ano (Carlos Drummond de Andrade) | 0 | 6.638 | 12/31/2017 - 17:59 | Português | |
Prosas/Contos | Um conto de dor e neve (AjAraujo) | 0 | 10.253 | 12/20/2016 - 10:42 | Português | |
Prosas/Contos | Conto de Natal (Rubem Braga) | 0 | 8.451 | 12/20/2016 - 10:28 | Português | |
Prosas/Contos | A mensagem na garrafa - conto de Natal (AjAraujo) | 0 | 9.896 | 12/04/2016 - 12:46 | Português | |
Poesia/Intervenção | Educar não é... castigar (AjAraujo) | 0 | 6.074 | 07/07/2016 - 23:54 | Português | |
Poesia/Intervenção | Dois Anjos (Gabriela Mistral) | 0 | 7.804 | 08/04/2015 - 22:50 | Português | |
Poesia/Dedicado | Fonte (Gabriela Mistral) | 0 | 5.794 | 08/04/2015 - 21:58 | Português | |
Poesia/Meditação | O Hino Cotidiano (Gabriela Mistral) | 0 | 6.613 | 08/04/2015 - 21:52 | Português | |
Poesia/Pensamentos | As portas não são obstáculos, mas diferentes passagens (Içami Tiba) | 0 | 8.497 | 08/02/2015 - 22:48 | Português | |
Poesia/Dedicado | Pétalas sobre o ataúde - a história de Pâmela (microconto) | 0 | 10.468 | 03/30/2015 - 10:56 | Português | |
Poesia/Dedicado | Ode para a rendição de uma infância perdida | 0 | 8.379 | 03/30/2015 - 10:45 | Português | |
Poesia/Tristeza | Entre luzes e penumbras | 0 | 6.116 | 03/30/2015 - 10:39 | Português | |
Poesia/Tristeza | No desfiladeiro | 1 | 8.351 | 07/25/2014 - 23:09 | Português | |
Poesia/Intervenção | Sinais da história | 0 | 5.831 | 07/16/2014 - 23:54 | Português | |
Poesia/Fantasia | E você ainda acha pouco? | 0 | 6.461 | 07/16/2014 - 23:51 | Português | |
Poesia/Aforismo | Descanso eterno | 2 | 7.215 | 07/03/2014 - 21:28 | Português | |
Poesia/Intervenção | Paisagem (Charles Baudelaire) | 0 | 7.107 | 07/03/2014 - 02:16 | Português | |
Poesia/Meditação | Elevação (Charles Baudelaire) | 0 | 8.680 | 07/03/2014 - 02:05 | Português |
Add comment