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A Fuga das Batatinhas

A FUGA DAS BATATINHAS
Jorge Linhaça

"Batatinha quando nasce
esparrama pelo chão
mas depois de colhida
seu destino é o fogão..."

Imagine você, caro amigo
viver preso a tal desdita
de acabar sendo comido
depois de assado ou cozido
ou virando batata-frita.

Não estranhe que lhe conte
a estória que vem a seguir
pois a ouvi de boa fonte
a velha batata do monte
não tinha por que me mentir

Aconteceu faz pouco tempo
numa cozinha qualquer
( foi na cidade do Bento)
a fuga do alimento
acredite quem quiser

Num quilo de batatinhas
que havia de virar fritura
uma foi posta sozinha
em cima da mesa vazia
preparada pra tortura

As outras dentro do saco
aguardavam seu destino
de acabarem num prato
se não fosse um certo ato
que parece até desatino

A batatinha solitária
deixada em cima da mesa
mostrou ser mui solidária
( não tinha nada de otária )
mostrando a sua grandeza

Aproveitando um momento
em que a cozinheira saiu
lançou mão do instrumento
( a faca do seu tormento)
e num corte o saco abriu

Ajudou as batatinhas
uma à uma a sair
reuniu as forças que tinha
guiou-as pela cozinha...
E puseram-se a fugir

Acharam a porta aberta
deram sebo nas canelas
Uma coisa ficou certa
nenhuma batata esperta
finda vida na panela

E é essa a estória
que da batata eu ouvi
contando sua vitória
naquele dia de glória.
Acreditei e escrevi.

*****
A fuga das batatinhas é criação de Jorge Linhaça
Respeite meu trabalho, recuse imitações baratas.

 

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sábado, maio 21, 2011 - 18:13

Poesia :

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Jorge Linhaca

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