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Haverá sempre outro cigarro
Nunca soubeste qual a parte do corpo em
Que se guarda o tempo, e se ninguém te
Disser o contrário, dirás que é a sofreguidão
Dos pulmões que o consome sempre que eles
Te suspendem no silêncio.
Sabes que só no ardor que corre pelo cigarro não
Te arrependes de ter envelhecido, de ter reaberto
As ruas que quase esqueceste para procurar alguém
Como tu nas janelas que ficaram por fechar.
Mas o teu fôlego será sempre apenas para saudar as
Sombras que se alongam do fundo do teu peito,
Porque esse lugar não mais será teu, é dos nomes,
Dos gestos e dos beijos que por lá se demoraram.
Contudo, haverá sempre outro cigarro que te
Acompanhará onde mais ninguém te espera.
E se o amanhã já fosse vivo dir-te-ia que é
Mesmo assim que se revolve o passado, só,
Num trago de fumo e cinzas, noutro dia errado.
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Poesia :
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Comentários
Re: Haverá sempre outro cigarro
Um tempo morto, por quem já nada tem, a não ser uma réstia de silêncio, que se esvai em goles de espanto, numa atmosfera densa mas ao mesmo tempo, sôfrega dum ar mais respirável. Abrem-se e fecham-se janelas, sempre que se inspira e expira, mas é nas ruas onde moram todos os nomes que por lá se escondem, que se encontram outros momentos num amanhã esperado
João parabéns por mais este belo poema.Bom mesmo ler-te
Favorito também
beijo
Matilde D'Ônix
Re: Haverá sempre outro cigarro
Porque esse lugar não mais será teu, é dos nomes,
Dos gestos e dos beijos que por lá se demoraram.
Interessante a reflexão feita através da fumaça do cigarro. Cada coluna da fumaça parece a despedida de beijos, de gestos, de amores que se foram junto com ela. É como se soprasse para fora todas as mágoas guardadas lá dentro. Muito bonito e inspirado. beijos
Re: Haverá sempre outro cigarro
Sabes que só no ardor que corre pelo cigarro não
Te arrependes de ter envelhecido, de ter reaberto
As ruas que quase esqueceste para procurar alguém
Como tu nas janelas que ficaram por fechar.
Uma bela junção de imagens fortes que nos pintam as telas de dias errados!!!
:-)
Re: Haverá sempre outro cigarro
Foi, e é, um dos poemas, na WAF, que mais gostei de ler. :-)
Os meus parabéns pelo belo poema!
Um abraço
PedroSilva
Re: Haverá sempre outro cigarro
Interessante, análogo, porém paradoxal; o cigarro e o tempo passageiro. Sempre precisamos de algo para fugir da idade, assim faço-me dum trago.
Abraços,
Alcantra
Re: Haverá sempre outro cigarro
Caro amigo João,
Que verdadeira aula de poética este poema! Como se consegue chegar à tanta densidade com igual beleza. É um verdadeiro tecer com as palavras, bordar, tear.
Ler-te é aprender sempre e amar mais a poesia.
Beijo grande.
Re: Haverá sempre outro cigarro
"Mas o teu fôlego será sempre apenas para saudar as
Sombras que se alongam do fundo do teu peito,
Porque esse lugar não mais será teu, é dos nomes,
Dos gestos e dos beijos que por lá se demoraram."
Extremamente belo, cada palavra uma caricia sensivel, inteligente, perfeita!
Ler-te é sempre um privilegio e um verdadeiro prazer!
Beijinho tão grande em ti!
Inês
Re: Haverá sempre outro cigarro
Jopeman,
Um poema muito interessante com uma conotação algo diferente da habitual, prova da tua versatilidade poética.
Beijo
Nanda
Re: Haverá sempre outro cigarro
João,
O problema é que "haverá sempre outro cigarro".
Um belo poema.
Gostei de ler.
Abraço
:-)