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INSÓNIAS VASSOURAM O CHÃO DOS OLHOS


Telhados tesoura podam o cabelo à noite.
Sombras onde o corpo é um leque de pôr-do-sol.
Perucas de estrelas que se despenteiam numa canção.

Melodias, dias fogueira.

Galáxias de areia,
untura de geleia que adoça a madrugada.

Luares de pedra atirados ao sono.

Volumes assolapados num verso de almofadas.
Euforia de tédios mosqueados numa tela abstracta.

Insónias vassouram o chão dos olhos.

Procissão de proibições acarretadas de sossego.
Pé-de-vento em boca danada na precisão das palavras.

Silêncios habitados de pensamentos
frente a frente ao custo agradecido da alma.
Obscuro remédio de venenos calçados nos pés.

Vertigens padrão, janelas cegas.

Olhos que se abraçam
em totais resvalados sobre a ceia do corpo.
Vinho de horas últimas, agonias de ventre sem fôlego.

Solas apregoadas numa cruz de quilómetros em círculo.
Vórtices no mamilo de um demónio enfarpelado de rosas.

Marés penduradas na parede do grito.
Mar que assanha os pulmões ao despenhadeiro da carne.

 

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domingo, maio 1, 2011 - 23:18

Poesia :

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Henrique

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