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A João de Deus (Antero de Quental)

Se é lei, que rege o escuro pensamento,

Ser vã toda a pesquisa da verdade,

Em vez da luz achar a escuridade,

Ser uma queda nova cada invento;

 

É lei também, embora cru tormento,

Buscar, sempre buscar a claridade,

E só ter como certa realidade

O que nos mostra claro o entendimento.

 

O que há de a alma escolher, em tanto engano?

Se uma hora crê de fé, logo duvida;

Se procura, só acha... o desatino!

 

Só Deus pode acudir em tanto dano:

Esperemos a luz duma outra vida,

Seja a terra degrêdo, o céu destino.
 

Antero de Quental, poeta luso.
 

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segunda-feira, agosto 15, 2011 - 11:58

Poesia :

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AjAraujo

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