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LÁGRIMA EM RIO
Gotejar tranquilo,
murmúrio de eternidade.
Assim como habita teu corpo
na minha inquietação.
Doce nos meus lábios,
espinho na minha alma.
Sorvo harmonias dos teus dedos na minha voz.
Em silêncio, em inocência.
Sons que de tantas cores,
o crepúsculo imobiliza-se nas tuas falas.
Emoções são noites possuídas de abstracto,
perspicuidades de nós.
Engordas o relógio de espera.
Esticas o tempo
com teu gesto triste até que ele estoire.
Consentes o amanhecer sem sílabas,
acordas infinitas preguiças para declarar o não.
Não redondo como dicionário dos teus olhos.
Lágrima em rio, os meus dizeres.
Foz nua,
o teu ouvir-me sem lua nesta maré salgada.
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Poesia :
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