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AS LÁGRIMAS SERÃO SEM QUERER

Caminhante no meu supor,

a noite passa como quem se passa à tua espera.

Escutar andante no meu rir,

a música dos teus passos por vir não pára de me inquietar.

Amor e nada mais,

é cabana pouca neste quase beijo por dar à beira mar.

Rock desacelerado a triplicar… fado em pausa.

Tu… os cacos de um coração que não parte.

A fonte onde as minhas sedes se encaixam.

Todos os lugares perfeitos que os poetas fingem aperfeiçoar,

são campos sem aparência de ser.

Neste fingir o que deveras sentimos mutuamente.

Poder de destruir, o nosso encontro semeia electricidades loucas

nas entranhas do destino que nos foram roucas.

Gestos de uma miragem a dois

cujas formas acontecem entre ter-te de mim

até à imortalidade.

O meu corpo cai pelas carícias abaixo da tua boca.

Perdoa-me pelo tempo que não tive o teu tempo a meu lado.

Mata-me se te fizer chorar de dor.

Aviva-me se te fizer chorar de alegria.

Se o adeus espreitar, as lágrimas serão sem querer.

Serão sereias a cantar o silêncio.

O mar será um caixão vazio onde jazerá o beijo por dar.

O céu e a terra abertos, neste chegar que começa aqui.

Neste chegar que daqui parte para jás incertos

neste agora antigo.

Culpado me confesso amar-te,

afastado pelos séculos em que não foi o teu bom dia

o meu primeiro bom dia.

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segunda-feira, abril 2, 2012 - 13:53

Poesia :

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Henrique

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