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AS LÁGRIMAS SERÃO SEM QUERER
Caminhante no meu supor,
a noite passa como quem se passa à tua espera.
Escutar andante no meu rir,
a música dos teus passos por vir não pára de me inquietar.
Amor e nada mais,
é cabana pouca neste quase beijo por dar à beira mar.
Rock desacelerado a triplicar… fado em pausa.
Tu… os cacos de um coração que não parte.
A fonte onde as minhas sedes se encaixam.
Todos os lugares perfeitos que os poetas fingem aperfeiçoar,
são campos sem aparência de ser.
Neste fingir o que deveras sentimos mutuamente.
Poder de destruir, o nosso encontro semeia electricidades loucas
nas entranhas do destino que nos foram roucas.
Gestos de uma miragem a dois
cujas formas acontecem entre ter-te de mim
até à imortalidade.
O meu corpo cai pelas carícias abaixo da tua boca.
Perdoa-me pelo tempo que não tive o teu tempo a meu lado.
Mata-me se te fizer chorar de dor.
Aviva-me se te fizer chorar de alegria.
Se o adeus espreitar, as lágrimas serão sem querer.
Serão sereias a cantar o silêncio.
O mar será um caixão vazio onde jazerá o beijo por dar.
O céu e a terra abertos, neste chegar que começa aqui.
Neste chegar que daqui parte para jás incertos
neste agora antigo.
Culpado me confesso amar-te,
afastado pelos séculos em que não foi o teu bom dia
o meu primeiro bom dia.
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