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LUA FEIA

Louco.
Magnânimo sentir.
Explodir calado sem ânimo.

Corrosiva ilusão, altiva.
Confissão cativa nos olhos.
Lágrimas aos molhos. Como vime
que se curva vil pelas costas do tempo.

Voz que cata parasitas mil ao silêncio.
Barulho que ata a boca a esquisitas palavras.
Fogo quanto lavras, alma que tão ladras… Não mordes.

Acordes de hora incógnita.
Gesto sem clavícula… Que ora sem motor.

Horto morto. Dor como grão
no papo das mãos. Secundárias… Obesas.
Infecundas no bolso do ser. Imundas… Sem acontecer.

Tecer zero. Quanto quero sem faceta.
Cometa dramático, acto estático… Desconversado.

Facto irado. O mover do corpo parado
na velocidade do nó do não. Pressa sem prioridade.
Vento sem vaidade… Sem semente. Água que não molha.

Mente que se afasta pela distância
que dança em ânsia. Pensamento à porta fechad.

Sem modéstia. Momento de pança cheia.
Como lua feia em réstia pela parábola da noite.

Açoite sem rosto. Tesoura
que tosquia o mosto ao horizonte.
Fonte tesa, certeza sem umbigo… Inversa.

O mar como ponto final ao passo.
Castigo extenso, quão denso penso… Rouco.

 

 

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sábado, outubro 29, 2011 - 17:16

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Henrique

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