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MÃOS COMO NAUS À DERIVA SEM VENTO

Escutar que me cega,
lira que me agrega à bonomia do tempo.
Silêncio como culpa que me acusa silvestre.

Em dor. Javali solitário
por entre os matagais das palavras.
Vésperas como vespas contumazes no ar.

Perfeitas como cobras
que mordem o pulso da poesia
cujo veneno insinua a alma pelas fragas.

Merengue que zela ermo.
Grito à nora pelo gelo que me alveja
de mãos juntas como berço feito de pragas.

Saudade que me queda,
que me tende desagasalhado pelo inverno
que se tomba triturado a meu lado como solidão.

Os olhos como janela fechada.
O corpo atirado ao charco das minhas lágrimas.
Os lábios cerrados num gesto sem beijo que me cale.

Lobo sem luar onde uivar.
O sorriso em caos dentro de mim.
As minhas mãos como naus à deriva sem vento.

As horas presas
na teia das suas próprias voltas.
O calendário em quebra pelo poço da noite.

Sinto pedra a minha alma nesse mar
de cepos que esperam o pescoço da minha voz.
Sangue de carrasca sombra em borrasca que me afoga.

Queixume que me afaga o passo,
maré de nada que me enrola à luz do rosto
qual imagem de areia bravia a tempestade desnude.

 

 

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quinta-feira, novembro 17, 2011 - 16:18

Poesia :

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Henrique

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