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MÃOS QUE FOGEM AO TERROR DO POUCO

Da força,
a lágrima convence-se
da concepção da carne nos astros,
a velocidade da saudade enxota os cadáveres.

Do pensamento,
o ruído sobra em ares de ser
onde endurece o horizonte atrás de uma porta.

Do sim,
cantam as pernas ao vento
que apalpa o olhar com terras prometidas,
luzes de unhas roídas servem de passagem aos passantes.

Das mãos,
o basta permanece num mundo fechado,
as ruas são braços que fogem ao terror do pouco.

Do não,
a abundância é desperdício,
relógios sempre prontos a matar o tempo.

Das flores,
a preciosidade é o amor que torna a noite jovial.

Do silêncio,
a manhã é o ouro da vida,
o beijo a eira da agitação de esperanças.

Do sonho,
sois sem lume desenganam as coisas rudes,
muros de tédio juntando zeros às miudezas do passado.

Da alma,
os pedaços dividem-se
em desertos onde se recolhe a voz,
em águas onde se afoga a importância humana,
em montanhas onde somos escravos do grande ninguém.

Da alma,
o pedaço que resta silvado
são glaciares onde a morte perde o fôlego.

Do complexo,
o consenso são procuras longe,
multidões invadidas por formas do nada.

De mim,
as palavras são geometrias de ausência.
 

Submited by

domingo, abril 3, 2011 - 17:32

Poesia :

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Henrique

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Comentários

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Poema perfeito com um findar

Poema perfeito com um findar incrivel ...

Sempre bom te ler !!!

Beijos

Susan

imagem de AlvaroGiesta

mãos que fogem ao terror do pouco

De difícil compreensão pelo tom meio filosófico e especulativo, 

é a sua forma de poetar.

Mas gosto dele. Inebria-me, até.

Duro, pela força da lágrima e pelo ruído do pensamento,

amolece a alma o silêncio da manhã e o sonho

e as palavras geometrias de silêncios do poeta.

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