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Manifesto anti-poemas de amor

Poemas de amor,

cartas de paixão

e nostalgia sem fim,

tristeza sempiterna.

Adoras arrastar a tua alma pelo pó da terra.

Se tens o vento a correr-te nas veias

e um mundo inteiro no lugar do coração,

porque finges ser do tamanho de um punho

que bombeia fechado lágrimas de dor?

 

Tens dentro do peito

a fonte da luz sem fim,

a nascente de onde brotam

todos os deuses.

A árvore da vida

de onde cai o fruto da infinita paz

faz crescer raízes no teu ser mais profundo,

mas ainda sim curvas-te

perante as fragilidades da personalidade humana.

Diante de ti,

o próprio Divino teria de se fazer vergar

e orar em submissa adoração.

Que imaginas então dizer quando escreves

essas ridículas palavras de triste romantismo?

 

Cada quadra de amor

é um pedido de socorro,

é um salva-me desta solidão,

abraça-me para longe daqui

e faz-me sentir maior.

Mas se no teu rosto

está o rosto do mundo

e nos teus olhos

o brilho de mil astros,

a quem pensas estender a mão

quando te inclinas nos versos que escreves?

 

Esquece essas infantilidades da alma,

espasmos de adolescência

de um espírito que nasceu eterno.

Vê quem és

e despe-te das roupas

que não te pertencem.

Nu serás infinitamente mais glorioso.

Quando disfarçado

pelas máscaras

dos sentimentos mundanos,

o teu ser universal

parece uma mera fotografia

tirada ao sol.

Rasga-te no papel

e brilha como

verdadeiramente és.
 

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segunda-feira, fevereiro 28, 2011 - 13:18

Poesia :

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Andraz

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