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Na garganta do oceano nevrálgico
desperta nova dor brasileira.
Vem de navio.
Vem em cargueiro estranjeiro.
E vai em jato executivo.
E vai em notas promissórias.
Na garganta do banqueiro genealógico
agiganta a nova conta brasileira,
debitada na esperança de dias melhores.
Não veio.
Não vem nessa vida.
Vem no próximo sonho.
Vem no cargueiro vazio.
Na garganta do brasileiro mitológico
engasga a sangria da moeda falsa,
depositada em sua conta de tolerância.
Nem no mar, nem no ar.
Nem no chorar, nem no matar
desperta a nova cor brasileira.
* Série de Poemas manuscritos nos anos 70, período da ditadura militar no Brasil, por um jovem poeta Anônimo.
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