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NEURÓNIOS VILÕES
Eloquente mofo gago.
Indiscernível
consequência oscila enigma palpitante
onde mora a alvorada
de papo cheio grão a grão.
Pão empanturrado de fome.
Nefastas homilias
consonantes em via-sacra
interrompem o lápis aligeirado
num estalar de dedos sofridos
por gosto que não cansa.
Gravidade zero.
Escape de achaques mansos
até ao sabugo da culpa salva
em salva de palmas do espírito
feito de aço de quem espera desespera.
Merda.
Déspota azia
ancorada em tuta-e-meia
desdobrada em restos empolados
em vale-tudo no pulso do ver para crer.
Diabo às compras.
Instruída boleia
de relentos espontâneos
em amargas bocas de cardos
almofadados de adeus trancam portas
à meia palavra que basta.
Casacos bengala.
Quedas envenenadas
por desertos espavoridos em poemas
que vagueiam risos nas hélices da morte,
moldam insígnias de quem tudo quer
tudo perde.
Pé de dança pisados.
Neurónios vilões
enjoam pragas de sal mental
que os olhos mastigam gordos
o calar que consente.
Provérbios engasgados.
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Comentários
Re: NEURÓNIOS VILÕES
Neurónios vilões
enjoam pragas de sal mental
que os olhos mastigam gordos
o calar que consente.
Bela crítica social em tom poético
a esses neurónios vilões.
Eles comem tudo e...
Gostei muito,
vibro com este tipo de pensamentos.
Abraço Henrique.
Vitor.
Re: NEURÓNIOS VILÕES
Henrique,
Excelente leitura se pode tirar de um poema crítico e social como este.
Gostei especialmente:
"pão empanturrado de fome"
e
"nefastas homilias"
Só por aqui penso ter chegado ao cerne da mensagem.
Tudo dito. Aplausos!
Nanda