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NUMA QUALQUER VIDA DADA AO TEMPO


Todo o caminho desde o início
fora orgulhos sem adeus.

No fim,
estarei lá no amor que se perdeu
nas tábuas de um caixão.

Um caixão feito de distâncias
que um dia sepultaste no teu céu negro.

Céu a quem chamavas de saudade,
a tua melhor mentira.

Todo o caminho desde o início
fora o amor o nosso cantinho.

Um ninho que deixaste
numa qualquer vida dada ao tempo.

Um tempo onde as estrelas
que comigo contavas ficaram insanas.

Pelo meio se comigo sonhavas, mentistes-te.

Éramos jardim,
foste flor que nos foi arrancada.

No fim,
serás a pessoa que se foi embora,
alguém que outrora inventou o fogo em mim.

Alguém que um dia foi vento e me apagou a chama.

Nesse fim,
apenas te vejo do lado de lá do muro.

Um muro que ergueste de frio,
um gelo ardente a quem chamas arrependimento.

Todo o caminho desde o início
fui um soldadinho de chumbo à tua espera.

No fim, nada saberás do meu lar.

Um lar de solidões onde nunca saberei
o quanto de ti precisei e não estiveste.

O quanto de mim precisaste e não quiseste.

Foste início celeste, o fim agreste.

O nunca do adeus.
 

Submited by

sexta-feira, abril 29, 2011 - 17:58

Poesia :

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Henrique

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Comentários

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Foste tudo e ainda assim  o

Foste tudo e ainda assim  o nunca do adeus ...

Muito bom te ler sempre , ainda mais versos tão profundos !!!

Beijos

Susan

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