O Bater dos Corações

A fraqueza está nas veias!
Percorre sangue e glóbulos,
Essas porções brancas que deviam ser robustas,
Esses vermelhos que trazem o ar ao músculo!

Bate feroz cada vez que os teus braços rodeiam o meu ser,
Entra em combustão o corpo pelo beijo esbraseado.
Ferve este líquido dentro de mim
Ganha tons de rubro,
Faz afoguear a alma
Incitas o prazer ou a procura dele.

Este desejo desajeitado de conter,
Faz-me interrogar se quero mesmo o controlo de mim ou o domínio de ti,
Tal como tens essa esfera de acção sobre os meus componentes.

Penso que pensar me restringe,
Este efeito mental que actua sobre a reserva do pensamento,
pela qual as palavras que se pronunciam
Limitam-se a um sentido que não é o verdadeiro.

Por isso, beijo-te!
Agarro-te com garra!
Faço teu líquido fervilhar tanto quanto o meu,
Anestesiamos a dor,
Dilatamos o aperto da consciência
E representamos a ideia amorosa do íntimo.

Dominados pela paixão
Sensações, e sentimentos numa mesma direcção,
De um lado a outro dos olhares.
Descortinas os traços do meu todo e,
A pureza das superfícies e dos feitos.

Perfuras a existência delicadamente
Ai incorpórea sensibilidade!
Longo ânimo a esta excitação!

Oh equilíbrio das forças!
Oh partículas que bombeiam o coração com mais força!
Ai electricidade que se desenvolve!
Ai pra isto, oh para aquilo!

Resta a fadiga de nós
E o ciciar das tais palavras ao ouvido com nobreza.
O tal beijo no pescoço
E o repouso num enlaçar de mão
E no aconchego do Nós.