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O bom herege.

Já não sei porque escrever,
não sei se as palavras me darão
a razão do pensamento
e se me sento, medito,
se me penso, (meu deus...) grito.

Nunca fui deveras herege,
apenas nunca fui
e assim gosto de continuar,
sem pensar que sou apenas por ser
e se no fim errar,
errei por não me ver.

Sempre tive fé em mim,
sempre sabendo que a fé nunca salvou ninguém,
nem mesmo Jesus Cristo.
(Ámen para ele,
não deve ter sido fácil morrer em vão)

Sou um delírio
que paira no mundo
e se a lua não me ilumina
é porque a ilusão
nunca foi mais que isso. Apenas
um pedaço de nada no vazio.

Surge-me a dúvida,
surge, repito, a profunda questão
do que é e o que devia ser...
Sei o que não deveria haver
e tudo o que há
foi um fruto do erro, pois tudo não deve ser.

Almas, perdoem-me a heresia,
imploro profundamente a todos
que não sejam e então vejam
se são o que deveriam ser.
Se forem, outro Ámen
e um obrigado por não terem sido,
se não... então o mundo está perdido.

E, por fim, se tenho certezas,
são as certezas de que o mundo não pára
e o tempo sim,
pois já vi tudo o que não devia ter visto,
enquanto, para mim,
não passou mais que um segundo.
E por isso sei...
eu não fui.

Joaquim Salgueiro

Submited by

domingo, dezembro 27, 2009 - 00:27

Poesia :

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joaquimsalgueiro

imagem de joaquimsalgueiro
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Comentários

imagem de MarneDulinski

Re: O bom herege.

LINDO POEMA!
FELIZ ANO NOVO DE 2010!
Marne

imagem de RobertoEstevesdaFonseca

Re: O bom herege.

Parabéns pelo belo poema.

Gostei.

Um abraço,
REF

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