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Terras do interior

Cada olhar atento
num sítio fechado aos horizontes largos
que o desenvolvimento pode ter
sugere um reprovo
em jeito de nojo
que as pessoas odeiam quem sabe
(ou não sabe)
ver. Vêm-se, portanto
obrigadas a afastar-se
e a abrigar-se das balas
que o homem com palavras dispara
(serão assim tão fortes, as verdades?)
e, quando no fim
se vê obrigado a , por pressão interna
da sociedade que rodeia e mata,
a fechar os olhos
e tapar ouvidos
(lá ao fundo uma mulher continua a gritar...
quando vai isto parar?!)
surge a vontade de sair
e partir em busca do que num meio limitado
é levado a não encontrar.

(Fui embora e já prometi,
não volto nunca mais,
mas como posso eu assim afirmar
que além de ferido
não estou morto na tristeza?
Abre-te, verdade, ao mundo,
talvez assim eu possa
partir em paz.)

Joaquim Salgueiro

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sábado, outubro 24, 2009 - 21:17

Poesia :

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joaquimsalgueiro

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Comentários

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Re: Terras do interior

É esta a verdade da Verdade que tantos tentam, em todas as partes ignorar, ocultar. A Verdade negada, temida, odiada que buscam dissimular.
Mas mesmo renegada, desprezada em cada olhar, continua Verdade a mostrar ao mundo quão perdido, sem Verdade, ele está.
Parabéns! Abraços

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