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O Caçador de Raízes (Pablo Neruda)
Canto a grama que nasce comigo
neste instante livre, os fermentos
do queijo, do vinagre, a secreta
floração do primeiro sêmen, canto
o canto do leite que agora cai de
de brancura em brancura aos mamilos,
canto os crescimentos do estábulo,
o fresco esterco das grandes vacas
de cujo aroma voam multidões
de asas azuis, falo
sem transição do que agora acontece
com a abelha e o seu mel, com o líquen
e as suas germinações silenciosas:
como um tambor eterno
soam as sucessões, o transcurso
de ser a ser, e nasço, nasço
com o que está nascendo, estou unido
ao crescimento, ao surdo contorno
de tudo que me rodeia, pululando,
propagando em densas umidades,
em estames, em tigres, em geléias.
Eu pertenço à fecundidade
e crescerei enquanto crescerem as vidas:
Sou jovem com a juventude da água,
sou lento com a lentidão do tempo,
sou puro com a pureza do ar,
escuro com o vinho da noite
e só estarei imóvel quando seja
tão mineral que não veja nem escute,
nem participe do que nasce e cresce.
Quando escolhi a selva
para aprender a ser,
folha por folha,
estendi minhas lições
e aprendi a ser raíz, barro profundo,
terra calada, noite cristalina,
e pouco a pouco mais, toda a selva.
Pablo Neruda. O Caçador de raízes, In: Antologia Poética, José Olympio, 1994, p. 232.)
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