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O CORPO COMO TRALHA


Itinerários errantes,
balancete de contrários em marcha humana.

Satisfação insana, mão
que acena procurar longe.
Mais longe. Que não existe.

Pé que sente o vento,
peugadas em acto vertical.
Momento que ao céu pertence.

Pássaro que se desenrola livre pela paisagem.

Desejo incontinente,
ilusão mendiga. Inquietamente.
Arrogo que devolve o peso à pedra.

Lágrimas de joelho exausto
desperdiçam a forma espontânea do rosto.

Pão sem lume, cru. Cume sem lugar, nu.
Trança de amar abstracto. Destrançado em dor.

Como tempo perdido
num musgo sem signo. Metal indigno.

Como se a alma fosse uma fogueira de dentaduras.

A tristeza como perpétua derrota,
besta feroz que morde os olhos com seus abrolhos.

A solidão como queda vítrea,
a aresta de uma noz sem aberturas.

Prazer que gasta os braços
com muralhas mal barbeadas
no queixo do sonho. Inextricável silvado.

Confiar que não convence o desengano.

Leão ferido, juba de reflexo obsceno.
O corpo como tralha. Instrumento incómodo.

 

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segunda-feira, julho 25, 2011 - 15:17

Poesia :

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Henrique

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