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O Pelos oblíquos caminhos do belo

Pelos oblíquos caminhos do belo,
(Tudo o que é belo é-o simplesmente)
O espírito é cativado, raramente nos olhos,
Passageiros no espaço envolvido no avanço do tempo,
Subliminar e subtil a diferença entre este princípio e o posterior,
A sucessão geométrica cuja razão é composta principalmente de detalhes,
Fundamentados na sua base, progredindo no sempre e para o infinito.

Um bilião em infinitudes de vezes,
Separadas por uma ténue cortina de ar,
Onde as órbitas não alcançam a ideia aporta,
- Em representação formada algures no espírito,
Como tal é incognoscível na sua concepção,
- Reunindo toda a perfeição (ini)imaginável,
Assim o é o belo e igualmente o insondado paralelo.

Na singularidade argumentada, discutimos apenas semântica,
O padrão consensual do relativo é uma fórmula matemática,
Sobre a melodia divina oriunda das esferas supra-celestes,
Formas arquitectónicas reproduzidas sobre a medida áurea,
Nos detalhes manuscritos das conchas, nos fractais da neve,

O Infinito é uma espiral escalar, irregular e fragmentada,
Perfeito no seu todo, dando-se premeditadamente ao acaso,
Em harmonia simétrica, um circulo criado em ode ao Belo,
- Sendo a Beleza uma recriação de excepcional harmonia
Suscitando desejo, atraindo para seus imensuráveis meandros,
Apesar de sua relatividade e transcendência estritamente divina,
Na simetria inalcançável, assentada algures na biblioteca astral,
Situa-se o ideal puro, o inconsciente sincero, a espontaneidade infantil,
E após a vivência, a experiência e o conhecimento, vem a sabedoria,
Um ensaio à leveza, ao que simplesmente o é (:simples): cognição sobre o conhecimento.

A beleza, é, pois, uma projecção oblíqua proveniente do infinito,
Captada sim pelos que a têm tanto pelos que a conseguem avistar,
A divindade transcendente é emanada pelos que a crêem ver,
Refulgem então no escuro por terem numa noite avistado Luz,
É inteiro: o ser aberto ao que vagueia para lá do horizonte,
E a perfeição, mera consequência da conclusão do círculo,
Até as metades assimétricas se complementam, tornando-se inteiras,
Desde que entre si encontrem consenso sob a forma de harmonia,
A parte integral pertence apenas ao todo, a relativa é de quem ousa ousar,
Alcançar o vislumbre de algo não concebido para o eventual olhar humano,
Entre margens e estados, o viajante caminha face ao brilho depositado,
Nos seus olhos, a plenitude é preenchida em detalhes infinitamente ínfimos,
É caminho, beijando a madrugada, osculando o dilúculo, entre este intervalo:
A beleza desse olhar incide no ângulo no qual o simples é puramente belo.

Não desbarates o que os Deuses sussurram ao teu ouvido – um dia este escutou,
E mais que o haver escutado, soube escutar com a aceitação da partilha.
 

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terça-feira, setembro 13, 2011 - 14:56

Poesia :

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