CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
O SILÊNCIO DE QUEM CHORA
O silêncio de quem chora
é a boca de uma piton predadora
que nos esmaga a alma sem clemência.
É como quem dedilha
um piano de pernas pró ar
de mãos atadas atrás das costas
sobre teclas desassossegadas.
É uma hipotermia
de lágrimas gélidas emudecendo
paisagens distorcidas por mágoas elefantes.
Chorar é caminhar
sobre pontes de cordas podres
num penhasco de vertigens suicidas.
É sermos relógio parado entre margens
apegadas por um arco-íris a preto e branco.
O silêncio de quem chora é uma coruja
desencantando-nos ao ouvido sentires de desgraça.
Gargalha-nos sofrimento,
empoleirado em ramos de Outono
na árvore da noite num açoite de queixumes asfixiados.
Chorar é uma falta de ar imensa
onde o silêncio é um remoinho de gritos,
vindos em vento frio sem sabermos bem de onde.
É um diabo
que nos morde a língua
com palavras em Braille
neste inferno onde o fogo é solidão.
O silêncio de quem chora
é uma sinfonia de dor e perda.
É um violino
de saudade desafinada
que nos horripila os sentidos.
É uma âncora de amor
Que nos fundeia os lábios em poesia gótica.
Chorar é um trono
em alto mar de onde nada se avista
a não ser horizontes de névoas alucinogénicas.
O silêncio de quem chora
é um tela de cores abstractas
sobre papelão ensopado de vazio.
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 2444 leituras
Add comment
other contents of Henrique
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Pensamentos | DA POESIA | 1 | 9.947 | 05/26/2020 - 23:50 | Português | |
![]() |
Videos/Outros | Já viram o Pedro abrunhosa sem óculos? Pois ora aqui o têm. | 1 | 53.551 | 06/11/2019 - 09:39 | Português |
Poesia/Tristeza | TEUS OLHOS SÃO NADA | 1 | 9.722 | 03/06/2018 - 21:51 | Português | |
Poesia/Pensamentos | ONDE O INFINITO SEJA O PRINCÍPIO | 4 | 11.810 | 02/28/2018 - 17:42 | Português | |
Poesia/Pensamentos | APALPOS INTERMITENTES | 0 | 10.342 | 02/10/2015 - 22:50 | Português | |
Poesia/Aforismo | AQUILO QUE O JUÍZO É | 0 | 12.055 | 02/03/2015 - 20:08 | Português | |
Poesia/Pensamentos | ISENTO DE AMAR | 0 | 9.661 | 02/02/2015 - 21:08 | Português | |
Poesia/Amor | LUME MAIS DO QUE ACESO | 0 | 10.559 | 02/01/2015 - 22:51 | Português | |
Poesia/Pensamentos | PELO TEMPO | 0 | 8.724 | 01/31/2015 - 21:34 | Português | |
Poesia/Pensamentos | DO AMOR | 0 | 8.351 | 01/30/2015 - 21:48 | Português | |
Poesia/Pensamentos | DO SENTIMENTO | 0 | 8.385 | 01/29/2015 - 22:55 | Português | |
Poesia/Pensamentos | DO PENSAMENTO | 0 | 10.843 | 01/29/2015 - 19:53 | Português | |
Poesia/Pensamentos | DO SONHO | 0 | 7.683 | 01/29/2015 - 01:04 | Português | |
Poesia/Pensamentos | DO SILÊNCIO | 0 | 8.505 | 01/29/2015 - 00:36 | Português | |
Poesia/Pensamentos | DA CALMA | 0 | 9.069 | 01/28/2015 - 21:27 | Português | |
Poesia/Pensamentos | REPASTO DE ESQUECIMENTO | 0 | 6.906 | 01/27/2015 - 22:48 | Português | |
Poesia/Pensamentos | MORRER QUE POR DENTRO DA PELE VIVE | 0 | 10.622 | 01/27/2015 - 16:59 | Português | |
Poesia/Aforismo | NENHUMA MULTIDÃO O SERÁ | 0 | 8.312 | 01/26/2015 - 20:44 | Português | |
Poesia/Pensamentos | SILENCIOSA SOMBRA DE SOLIDÃO | 0 | 9.307 | 01/25/2015 - 22:36 | Português | |
Poesia/Pensamentos | MIGALHAS DE SAUDADE | 0 | 9.311 | 01/22/2015 - 22:32 | Português | |
Poesia/Pensamentos | ONDE O AMOR SEMEIA E COLHE A SOLIDÃO | 0 | 7.709 | 01/21/2015 - 18:00 | Português | |
Poesia/Pensamentos | PALAVRAS À LUPA | 0 | 7.525 | 01/20/2015 - 19:38 | Português | |
Poesia/Pensamentos | MADRESSILVA | 0 | 6.771 | 01/19/2015 - 21:07 | Português | |
Poesia/Pensamentos | NA SOLIDÃO | 0 | 10.136 | 01/17/2015 - 23:32 | Português | |
Poesia/Pensamentos | LÁPIS DE SER | 0 | 10.043 | 01/16/2015 - 20:47 | Português |
Comentários
Profunda poesia...
Profunda poesia...
O silêncio de quem chora
"É uma hipotermia
de lágrimas gélidas emudecendo
paisagens distorcidas por mágoas elefantes."
Designa de uma forma esparsa os silêncios; de quem chora; talves para levantar a voz que morre nas goelas.
( É uma ancora de amor"
É dor que se exprime nas essências que esmigalham os sonetos.
Gostei do que o meu amigo consegue dizer como, suponho:
Já não são pratos, mas presentes oferecidos aos estetas que somos obrigados a ser.
Gostei de te ler bem profunda é a forma como vejo.
Abraço.