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O SILÊNCIO DOS MEUS OLHOS É UM LÁPIS


Choro em letra miudinha
pensamentos de erva daninha
que me embarba o rosto de solidão rija.

O silêncio dos meus olhos
é um lápis adulto de rabiscos hiperactivos.

Qual cancro
enterrasse a música do mundo
em conchas esquecidas no fundo do mar
que cresce vazio no pulmão de queixumes.

Na minha alma
há fogueiras de labirintos
que me banham o corpo com tornados
de grito em riste.

Minhas palavras são birras
numa berlinda de utopias toureadas
na arena da minha boca onde aplausos
são ecos sinistros.

A passagem do tempo
é um touro de réguas tortas
numa sensação de paredes pintadas a murro
qual bofetada me aquecesse a face.

Meus punhos
são berços de lobos famintos
nos meus braços tatuados de árvores
sendo o colo de musas prostituídas nos meus lábios.

Meus lábios são cortinas
que escondem sorrisos onde guardo
o meu acontecer misto de crocodilo e barata tonta.

Minhas mãos
são oceanos inseminados
de luares artificiais onde o vento encrava
amores cujas sombras são relógios cardíacos.

Meus pés são catanas
pelos becos da madrugada onde o caminho
é um bosque de crianças que não fui.

Minha voz
é de timbres de costuras de distância
onde cada metro é uma espiral louca.

Distância cuja altura
peregrina no meu olhar
e o cumprimento murmura trovões
no meu peito de larguras infinitas.

As multidões
são próteses que invento
de galões puxados do ego onde a poesia
é um fósforo que ateia canoas de pedra ao juízo.
 

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sexta-feira, dezembro 24, 2010 - 03:05

Poesia :

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Henrique

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