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OBSEQUEIO O CORPO COMO PORTO DO TEMPO

Anuncio a alma
como mão de incêndio
acaricie a palha seca pelo chão do corpo.

Obsequeio o corpo como porto do tempo.

Trago fomes como relógio,
sedes como ventos que me levam por aí.

É o sol a minha fonte,
a lua a ponte entre mim e as palavras,
o amor como cereja em cima do bolo da vida.

É a loucura o meu cume,
a poesia o perfume de uma serra alta.

Coberta de neve
quando a tristeza é um comboio
cujos vagões são berços do que não tive.

Vulcão quando o amor me toca.

Sei quanto pesa o peso da espera do deserto
pelas chuvas quando sinto em mim cactos de saudade.

Vivo possuído
por vontades sem exorcismos possíveis
de apagar este fogo poeta que me arde no ser.

Sinto-me do tamanho do universo,
maior do que a escuridão castradora da morte.

Sou música que engasga o silêncio,
passo que calça as sandálias das distâncias.

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quarta-feira, outubro 26, 2011 - 22:28

Poesia :

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Henrique

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