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PALAVRAS DE VASTO SILÊNCIO …

Nudezes caídas pelo chão
de palavras prostituídas à solidão.

Correntes de fogo oculto
em carnes lamentadas de lama
sob pálidos sonos ressuscitados no Outono do olhar.

Cicatrizes ancoradas ao eclipse
de um beijo estátua nos lábios da noite.

Mananciais estrábicos,
estáticos acúleos na falésia dos sentimentos.

Chuva à proa de um barco de momentos
encalhados nas pedras da voz.

Palavras feridas pelas sombras do anoitecer,
nascidas do frio gume de um acontecer em branco.

Vagabundas em pranto,
de cio empinado pelos anéis do tempo,
entornadas dores pelos bordéis da madrugada.

Firmamentos muralhados de culpa
cujas sílabas são plácidas musas do eco.

Lágrimas devolutas,
enxutas pela escuridão de um grito.
Dizeres desatados de labirínticas ilusões.

Distâncias que do imaginário
se abeiram sentidamente mortas à alma.
Marés acirradas à quimera das estradas perpétuas.

Escravas mãos que na mente
desarrumam os ventos da vastidão.

Palavras de vasto silêncio,
infinito arrasto de gente de louca.

Fulgor incandescente,
árvore sem roupa.

Amor suplicante em águas turvas,
poema perdido pelas curvas da multidão.

.
.
.
.

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quarta-feira, setembro 12, 2012 - 21:12

Poesia :

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Henrique

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