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Ponteiro de Relógio

De dia,
na condução cheia
no calor brando do inverno
sinto bater um curto sono

Eis que me encosto,
no canto do duro assento,
e me perco vendo as ruas
na ampulheta que escoam as horas

Ah, essas viagens,
No deserto d'alma,
Que ocorrem em frações
De doces segundos de uma sesta

Outro dia,
Senti o mesmo em um vagão
de um trem pra Baixada
Ah, quanta recordação

E assim sigo vivendo
como outros tantos anônimos
cruzando sinais, túneis, avenidas
enfrentando o trânsito, paciência cultivando

O ponto de chegada
é quase o mesmo ponto de partida
Na vida que se repete feito movimentos

De um ponteiro de relógio
que segue no mesmo ritmo
a ditar os tempos da vida.

AjAraujo, o poeta humanista, escrito em agosto de 2010.

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sábado, julho 16, 2011 - 10:52

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AjAraujo

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