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PORTOS APÓCRIFOS …

As palavras são praças públicas,
são as minhas repúblicas de falas impudicas.

São as palavras os armários do meu sentir,
os pontos de partida para o que sou além do eu.

São elas o remoinho do meu estar,
são a minha saída dos nós que me atam às trevas.

Entre elas,
entrelinhas desenham vezes à voz
que do silêncio esboça plangência ao vento.

Suspiros de faíscas e facas.

Datas sem data na minha mão
como que latas aos pontapés pelo chão.

Parágrafos inquietos,
feitos de mil gente tangente a nada.

Gumes despertos em continuares
desencaixados dos teares da timidez.

Curvas anárquicas.

Virgulas que murmuram portos apócrifos.

Abrigos a céu aberto
num deserto de lágrimas mecânicas.

Sentidos tecidos por amor.

Tempestades escritas num coro de líricas
a babar de ódio as lâmpadas dos meus pontos finais.

Devaneios,
partituras deslocalizadas dos seios do norte.

Minúscula morte nos meios amplos da vida.

São as palavras
o capacete da minha loucura.

O balancete de uma aventura infinda.

São elas os pneus da minha alma
a derrapar-me o corpo em calma triste.

São elas o movimento do meu pensamento.

Versos como pista de corridas contra o tempo.

São as palavras o suor das minhas mãos
a trabalhar arduamente as pedras do destino.

São elas as pedras com que muro a noite.

São o travão do meu descontrole emocional.

As palavras são a savana onde sou animal à solta
na volta de cada sol.

.
.
.
.

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terça-feira, julho 31, 2012 - 21:28

Poesia :

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Henrique

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