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QUEIXUME QUE ESPANCA O SILÊNCIO

O som da chuva chora poeiras negras.

Indo esperando…

Queixume que espanca o silêncio.
Das vistas da minha janela cai o agir inválido.

Pálido frio que escreve dor no limbo das ruas.

Arrepios suspensos debaixo das horas.
Alerta que me paralisa o fogo posto
no rabo do sangue.

Agasalho insano… Sombra exangue.

Esgar parado
na cadeira do olhar onde o pensamento se senta.

A boca às cambalhotas.
Lodo assente em socalcos de ninharia desnorteada.

Ciência imutável.

Caos distribuídos pelos arincus da noite.
A morte em rota de colisão com a realidade.

As sementes da poesia moídas por mós de gritos.
Nó soletrado pelas esquinas omnipresentes nas pedras.

Peso que consente os voos estáticos da alma.

A saudade como ponte
entre o fim da tarde e os altifalantes do adeus.

Amantes em céus recônditos.

A tristeza como pátio
das lágrimas deslocadas das coordenadas do tempo.

Voz engasgada por salivas descrentes do linguado.

Chegar por lá daqui.

Ser conhecido por todo o lado
sem ser conhecido de lado algum.

 

 

 

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sexta-feira, março 23, 2012 - 00:04

Poesia :

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Henrique

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