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Renascer
I
Sonho acordado co’a ilusão
De que finalmente serei feliz.
Talvez agora meu coração
Tenha aprendido com tudo o que fiz
No passado. Foi dura a carpição.
Que só fez de mim um ser infeliz.
Talvez agora o deus da paixão
Dê-me agora tudo o que sempre quis!
Mais uma vez uma catequista
Voltou a fazer bater meu peito.
Espero não ser fogo-de-vista,
Mas paixão real e mui sentida.
Espero ser um amor perfeito
Capaz de dar sentido à vida.
29.11.1999 1259
II
Pois minha vida há muito que perdeu
Todo o sentido, que jamais teve!
Acordo cristão, mas durmo ateu!
Sou como o Sol a sonhar com a neve.
Toda a religião meu ser esqueceu,
Devido a um sentimento breve,
Que não durou mais que um segundo meu.
‘Gora ‘spero que um batel me leve
Deste reino das trevas eternas
De volta para o caminho da luz
Onde, mesmo co’os pecados da cruz
Que carrego, as palavras ternas
Possam fazer eco dentro de mim
E, juntos, possamos ficar no fim.
29.11.1999 1310
III
Mas só me ataca meu triste fado
Já me tenta ele afastar de ti.
Ainda por ti não sou chamado
E já o vejo afastar-te de mi!
Vejo que p’ra te ter do meu lado
Tenho que negar tudo o que senti,
Tudo o que disse no meu passado,
E mesmo o certo, digo que menti!
Tudo faço p’ra ficar contigo,
O que sinto faz-me ficar forte,
Mesmo quando o que disse desdigo!
Renego ao sentimento do Norte,
Nego tudo o que nasceu comigo,
Renego até a própria morte!
29.11.1999 1320
IV
Mas como posso renegar tudo,
Sem me negar a mim ou ao amor
Que sinto? O amor, sobretudo,
Como renegar, quando sint’ a dor
A queimar meu ser p’lo interior?
Tento gritar, mas a voz de mudo
Esconde a dor do exterior.
Mas a dor abafada, contudo,
Fala mais alto qu’ uma multidão
E, no meu silencio de morte,
Ouve-se a voz duma terna paixão,
Que apenas tenta encontrar a sorte
De sentir o toque da tua mão,
D’encontrar de novo o certo norte.
02.12.1999 1434
V
Todas as noites procuro a ‘strela
Que me guie até ti. O correcto
Rumo procuro pela janela
Da vida. O distante é mais perto…
Enclausurado na minha cela,
Esqueci-me do qu’ era mais certo,
‘Té qual era a saída dela,
Ou como deveria ser discreto.
Assim vejo o amor nascer em mim,
Abrindo novamente o meu mundo,
Dando-te acesso ao belo jardim,
Onde vivo desde o vil segundo,
Quando velhas palavras de cetim,
Fizeram-me cair p’ro profundo
02.12.1999 1447
VI
Abismo, donde não posso sair
Sem qu’ uma sentida mão me ajude.
Vejo as musas fingidas a sorrir,
E o deus que desde sempre me ilude.
Seu que agi sempre o melhor que pude
E, mesmo quando pensava mentir,
Via a verdade aos poucos a fugir.
Vi erguer-se um imenso açude
Em redor do meu sofrido peito
E, quando julgava sentir paixão,
Via que ficava eu desfeito.
Iludi-me com palavras meigas.
Iludi-me, marquei meu coração.
Vivi, sem vida, mil vidas leigas.
02.12.1999 2222
VII
Mas agora… ah! Agora vivo!
Vivo de verdade, p’la primeira
Vez. Mesmo sendo outra vez cativo
Da paixão, é ‘gora verdadeira!
Eu sei que é. Escrevo neste livro
Sobre a minha paixão derradeira.
Sei que do meu Fado não me livro.
Mas esta é minha nova bandeira:
Dois baluartes como os teus olhos;
Mil ondas como as do teu cabelo;
Encimadas por uma estátua
Representando a deusa dos molhos
De rosas; em volta um castelo,
Iluminado p’la luz da lua!
06.12.1999 2233
VIII
Mil sacrifícios irei fazer
P’ra me mostrar digno do teu amor.
Irei reconstruir todo o meu ser,
Negarei o mais profundo clamor,
P’ra que no fim possa dizer,
Ser igualmente meu, o teu Senhor.
E. se algum dia fores ler
Meus velhos ‘critos, saibas que foi dor
Que me fez renegar o passado,
Que me fez abraçar o oculto,
Ignorando pois o santo culto,
Dentro do qual fui eu educado.
Fui iludido p’la falsa paixão
E a ela entreguei meu coração.
06.12.1999 1438
IX
Entrego-me hoje a ti. Só a ti!
Espero qu’ inda tenha salvação,
Pois se em tempos, o soar do trovão,
A falsifica-lo eu aprendi,
Agora sinto forte o coração,
Sinto aquilo porque sempre fingi.
Sei que em nenhuma palavra menti,
Em todas as ‘scritas p’la minha mão,
Neste ‘scrito sentido e intemporal.
Sinto-me, p’la primeira vez mortal,
Sinto, finalmente, um amor real.
E apenas a ti eu agradeço.
Sei que a mortalidade é o preço
A pagar p’lo amor que te peço.
06.12.1999 1448
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