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RUÍNAS À BEIRA MAR …

Os meus olhos são ruínas à beira mar,

nómadas eternidades dispersas
pelos palcos do meu pensar.

Tilintes que plantam flores nas mãos
que a idade apalpa e vê.

O meu olhar é um velho barco
encalhado no horizonte,

uma bússola,
um casco parco,
um leme de lascas,

poesia.

Quanto vejo é o choro de uma fonte,
um lugar a monte algures,
nenhures por aí.

Uma sede, uma queda,
um silêncio de ver-me verbalizando quem sou.
Uns pós nos firmamentos dos faróis do tempo,
um areal sem peugadas.

Vejo-me em ventos rasos de culpa
por onde a imensidão caminha,

cego-me de lágrimas.
Afogo-me em madrugadas perpétuas

por onde a alma espreita,
onde a sombra é nua.

Já não vivo em mim nem na lua.
Arrasto o meu rasto nesta encruzilhada

que se desencruza imperfeita,
feita de perda e pedra.

Corrupio de carne e osso que a terra agasalhará.

Olho-me por aí.

Procuro-me por onde me esqueci,
abandono-me distante,

prendo-me lá.

Encontro-me.

Aponto-me ao infinito sem perder o norte,
digo-me sem perder o limite.

Autentifico-me de mim,
vivido por mim por lá fora de mim.

Sentido até ao fim do meu dentro
nesta multidão de mins.

.
.
.
.

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segunda-feira, novembro 5, 2012 - 14:35

Poesia :

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Henrique

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