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SEM PROA ONDE O VENTO TRAUTEIE SAUDADES
A imensidade do mar
comparada às lágrimas que teus olhos
me soltam em espinho acenos de adeus.
É uma pequena gota, frágil
e de fácil escoamento em qualquer poema.
Mas não em mim.
Porque em mim, é caos que dói,
chuva de pedra que desanca o tempo.
Tempestade tanta!
Tonelada que arrasa
o verde esperança dos prados da alma.
O vazio em que me deixaste,
é um gume vivo, desmultiplicado em perda.
Homónimo universo de trevas que me cega o olhar.
A gelo que queima
mais do que qualquer fogo.
Esse vazio estrondeia em eco frio. Esperar-te
é um beco que me leva ao nada que me mata o corpo.
Partiste sem rasto, como barco
sem mastro onde içar as velas do meu beijo.
Sem proa onde o vento trauteie saudades.
Saíste para distâncias
como jarro sem asas para te segurar
a meu lado na fonte da vida… O amor.
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Poesia :
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