CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Sem título(46)
O homem cala o grito nas lágrimas de fel
De dentes cerrados estiola no abandono de si
Rodopia na cornucópia da loucura, lúcido
Absurdamente sangrando lucidez por todos os poros
Dói-se na inabilidade nos amores em miragem
Espelha-se no verso imprestável, no poema impossível!
Olho o homem no muro das imprecações
Não tem lamentos nem preces a fazer
Debate-se e bate com a violência da razão
Quebra o crânio esmaga o coração
Tinge a terra com sangue e sal
Desnuda-se completamente às mortais cobardias
Chora o choro de todas ufanas vítimas
Afunda-se no vómito nauseabundo
Morre só sem dó nem piedade
Nega-se vibrantemente á compaixão comezinha
O homem fina-se de amor em sangue vivo
Escuto os seus últimos murmúrios
Oiço-os como confissão única, como mágoa exclusiva
O homem diz: se eu fosse poeta, se tivesse a sorte dos Deuses
E as benesses das musas, se eu fosse poeta…
Talvez pudesse ter semeado amor e coragem de amar
Talvez as flores e os frutos tivessem a cor e forma
Do desejo de quem me pudesse amar
Talvez eu fosse a convicção ardente
Talvez eu fosse a urgência do amor.
Choro o homem sangrando
Sangro-me no poeta incapaz e obscuro
Bebo o sal e o fel do homem solitariamente demente
Anoiteço em silêncios sepulcrais
Abraço-me no grito mudo do homem marginal
Quebro-me por inteiro contra o muro da indiferença
Ardo serenamente em fogo lento
Nego-me ao poema sem valor
Extingo-me sem a sorte do amar
Sangrando sempre amor e mais amor!
Dionísio Dinis
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 652 leituras
other contents of Dionísio Dinis
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Geral | Sem título(46) | 0 | 652 | 03/02/2011 - 20:41 | Português | |
Poesia/Geral | Sem título(42) | 1 | 724 | 03/02/2011 - 11:37 | Português | |
Poesia/Geral | Sem título(45) | 0 | 797 | 03/02/2011 - 06:12 | Português | |
Poesia/Geral | Sem título(44) | 0 | 872 | 03/02/2011 - 06:09 | Português | |
Poesia/Geral | Sem título(43) | 0 | 779 | 03/02/2011 - 06:03 | Português | |
Poesia/Geral | Sem título(41) | 1 | 764 | 03/02/2011 - 00:54 | Português | |
Poesia/Geral | Sem título(40) | 1 | 974 | 03/02/2011 - 00:16 | Português | |
Poesia/Geral | Sem título(31) | 2 | 748 | 03/01/2011 - 23:06 | Português | |
Poesia/Geral | Sem título(32) | 2 | 1.001 | 03/01/2011 - 22:59 | Português | |
Poesia/Geral | Sem título(33) | 1 | 552 | 03/01/2011 - 22:43 | Português | |
Poesia/Geral | Sem título(34) | 2 | 778 | 03/01/2011 - 22:40 | Português | |
Poesia/Geral | Sem título(35) | 1 | 752 | 03/01/2011 - 22:30 | Português | |
Poesia/Geral | Sem título(36) | 1 | 931 | 03/01/2011 - 22:25 | Português | |
Poesia/Geral | Sem título(37) | 1 | 559 | 03/01/2011 - 22:20 | Português | |
Poesia/Geral | Sem título(38) | 1 | 798 | 03/01/2011 - 22:17 | Português | |
Poesia/Geral | Sem título(30) | 1 | 788 | 02/28/2011 - 20:58 | Português | |
Poesia/Geral | Sem título(29) | 0 | 857 | 02/28/2011 - 20:01 | Português | |
Poesia/Geral | Sem título(28) | 0 | 825 | 02/28/2011 - 19:59 | Português | |
Poesia/Geral | Sem título(27) | 0 | 838 | 02/28/2011 - 19:57 | Português | |
Poesia/Geral | Sem título(26) | 0 | 743 | 02/28/2011 - 19:56 | Português | |
Poesia/Geral | Sem título(20) | 2 | 671 | 02/25/2011 - 05:26 | Português | |
Poesia/Geral | Sem título(25) | 0 | 915 | 02/25/2011 - 04:48 | Português | |
Poesia/Geral | Sem título(24) | 0 | 637 | 02/25/2011 - 04:47 | Português | |
Poesia/Geral | Sem título(23) | 0 | 701 | 02/25/2011 - 04:44 | Português | |
Poesia/Geral | Sem título(22) | 0 | 1.053 | 02/25/2011 - 04:43 | Português |
Add comment