Silêncios de mim...

Nestas letras esculpidas de sentidos, nesta forma de poema, onde os teus lábios me lêem, estendo-te mil estrelas deambulando nos céus que dormem; qual criança de olhar doce embalada nesta música que por ti faço tocar...

Tudo que existe neste silêncio de mim, será sempre o meu segredo; este poema não sai da caneta nem de folha de papel, sai de mim, da minha voz e da alma que perfumo, sai do âmago do meu ser, deste silêncio que me envolve e que em mim se faz poema...

Os pássaros estão calados num momento de liberdade, quero beber esse momento até á exaustão; quero as tuas mãos nas minhas como a terra a cantar hinos, as árvores a tocar os ramos, grãos de areia chegados do deserto, tocando o meu rosto como se fossem pétalas…

A cidade está cansada, o ar é lento e pesado, em todos os lugares o poema é o teu rosto, caminho num mundo que penso ser meu; os semáforos mudam, os motores fazem barulho, e há vozes que não oiço... Veio-me á memória a minha música de sempre...e a música embalou-me num mar de serenidade...

Em "Salpicos de mar e fogo"