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SOMÍTICO CORPO DE SILÊNCIO
Somítico
corpo de silêncio,
esta saudade lapidada
com tremor num caderno de escuro.
Um muro de escuro
onde vejo sombras de amargura.
Sombras onde ouço
a discordância dos meus sentidos
num espólio de frases imoderadas.
Desabafos de solidão
incendeiam fogos de esperança.
Comovente espera
ao fundo de ecos longínquos.
Acordo do sono da água,
que se vinga em lágrimas salgadas
na geografia triste do meu rosto,
rescrito de letras clandestinas
que deixei de compreender.
Irónico,
o ar que respiro vampiro do vento.
Assassino-me
atravessadamente
na geometria dos sentimentos.
Choro,
chocalho em pirâmide
as esferas de sensações de vazio.
Amasso cores desesperadas
com a linguagem do meu olhar.
Esfacelo os olhos
sobre a ponta de um lápis,
desbastado em sebentas de lamúrias
que riam de mim.
Ah ah ah ah ah ah ah
Malditas!
Ao despique
com as esculturas do tempo
no areal da alma alquebrada,
procuro-me nos perigos do Sol
em deserto sisudo com o meu tacto mudo.
Na lama
que me vejo ao espelho,
rabisco caricaturas de ninguém.
Cuspo metamorfoses
do meu reflexo na penumbra
de uma ponte caída entre mim e o sonho.
Medonho,
levo-me em verso
pela mão inversa da realidade.
Teimo esconder-me em mim,
de mim soslaio do Eu.
Maldito!
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Poesia :
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Comentários
Re: SOMÍTICO CORPO DE SILÊNCIO
Saudades e tristezas cantadas em versos com melancolia.
Belo poema.
Re: SOMÍTICO CORPO DE SILÊNCIO
Belo poema Henrique.
Vitor
Re: SOMÍTICO CORPO DE SILÊNCIO
LINDO E MEDITATIVO POEMA, GOSTEi!
Meus parabéns,
Marne
Re: SOMÍTICO CORPO DE SILÊNCIO
Um muro de escuro
onde vejo sombras de amargura.
A fuga da uma realidade para outra ainda maior, através dos ecos que te chegam vêm de longe. mas é onde te encontras lá nessa inquietude.
Poema forte como tu, como te sentes, homem, poeta, humanidade inquieta
Medonho,
levo-me em verso
pela mão inversa da realidade.
Em torno de outro eu te volves numa atmosfera densa, uma realidade que te é adversa.
Gostei muito Henrique
Beijo
Matilde D'Ônix
Re: SOMÍTICO CORPO DE SILÊNCIO
O poema caminha em compasso célere e marcado.
A estrofe abaixo diz tudo, do revolto a incompreensão:
Acordo do sono da água,
que se vinga em lágrimas salgadas
na geografia triste do meu rosto,
rescrito de letras clandestinas
que deixei de compreender.
Aplausos a ti. :hammer:
Re: SOMÍTICO CORPO DE SILÊNCIO
Henrique... bem sei que a tua poesia tem de ser lida e interpretada com alma, mas gostei especialmente desta... tudo encaixa...tudo soa de forma brilhante... tudo realça.
Repara:
Somítico … Muro
Sombras …Desabafos
Comovente …Acordo
Irónico…Assassino
Choro… Esfacelo
Ah ah ah ah ah ah ah
Malditas!
(e até ficaria por aqui) mas…
Ao despique… na lama
Medonho … teimo
Maldito!
Beijo
Carla
Re: SOMÍTICO CORPO DE SILÊNCIO
Parabéns pelo belo poema.
Gostei.
Um abraço,
Roberto
Re: SOMÍTICO CORPO DE SILÊNCIO
Boa poesia, Henrique.
Poema sentido e bem estruturado.
Abraço