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TAREIA DA VIDA…
Tenho nas mãos o gesto de me ter.
O sol de todas as coisas.
Nos olhos o infinito,
o ser.
Na alma trago trazer o sol-pôr.
Pedra julgada morta,
pirraça desfeita.
Lei ingrata,
destino.
Perfeição que morre no pensamento.
Barco povoado por lume,
por alucinação.
O pensar arde,
ancorado aos escombros do corpo.
Ilusão.
Fulana da sede pelo deserto do grito.
Vento conquistado às poeiras.
Escrevo-me no abismo
onde as silhuetas findam.
Mar que se esconde nas ondas utopia.
Esse mar que pertence à vastidão,
é a minha gaiola.
O fundo desse mar,
é a carne do sofrimento.
Tecido de lágrimas.
Estranho ópio.
Desconhecida procura.
Voz que me busca desmembrado
das pessoas.
Falas pelo ar,
como cordas desafinadas nas minhas mãos
pela tareia da vida.
Cuidado por onde o verbo esvai insano.
Casulo eterno,
escarpa de escuridão,
beijo que se entorna sobre os lábios da poesia.
O travo das noites
ao dispor dos sonhos mais loucos dos poetas.
Porta de ir embora,
distância dista em reboliço.
Para lá de nada.
Para cá de tudo.
Olhares em ruína desenganada.
Socorros sem pulso.
Sombras sem-vergonha pelo chão da insónia
que dilata o tempo.
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Poesia :
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