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TINTO DESTINTO “as palavras”
As palavras dizem quase tudo…
São álcool tinto destinto.
São drogas cabras de saltos altos
de pedra em pedra pelos nus da voz.
de pedra em pedra pelos nus da voz.
São sementes pelos nós que nos desatam de nós.
As palavras são cordas no poço do pensar.
São mutações frágeis.
São lugares que não partem…
As palavras são carros lotados de gente
na autoestrada dos olhos.
na autoestrada dos olhos.
São camiões de cargas brutas
pelas ruelas dos sentidos.
pelas ruelas dos sentidos.
São exames de sedes no deserto das bocas.
São mãos que nos levam às mãos
de outras mãos.
de outras mãos.
As palavras são banquetes inacabáveis.
São cardos na alma
quando a sua casta é de adeus.
quando a sua casta é de adeus.
São formigueiros
a amealhar o tempo numa ampulheta de papel.
a amealhar o tempo numa ampulheta de papel.
São tintas que atropelam os momentos
sem os trucidar.
sem os trucidar.
As palavras são elásticas na distância.
São cálice de lágrimas na brisa
da saudade.
da saudade.
São cárceres
onde a razão se encerra confessadamente.
onde a razão se encerra confessadamente.
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quarta-feira, março 28, 2012 - 20:01
Poesia :
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Comentários
Uma vez mais
Uma vez mais, amigo Henrique,o espantoso léxico a tormar estas "palavras" únicas de sentidos imagéticos!
Bjo :)