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Tormentosa Mansão
Aqui estou eu na porta de mim
Trémulo, apavorado, em lágrimas
Sem convite para entrar
Sem audácia para sair
Decorei o exterior desta mansão
Espelhada nos sinais da epiderme
Mas jamais imaginava o terror
Que se refugiava no seu íntimo
Atravesso a negrura do hall
Cortando as teias que se lançam pelo ar
E que me acolhem no imundo horror
Deste antro abandonado
Vejo o cálice entornado sobre a mesa
E a podridão dos alimentos a consumir o seu tampo
Ferido, cansado, velhaco
Acusando as sobras de um anfitrião enfartado
Estremeço com o rombo dos trovões
Que cedem um mísero vulto ao mármore do chão
O único espectro que me assombra
A funesta sombra de mim que piso
Noto nas paredes o degredo do caseiro
Retratos de uma vida putrefacta
Perpetuados numa moldura
E ao pisar o podre soalho da sala
Sinto o ar a morrer em meu redor
E sob o bolorento candelabro
Regurgito sobre o meu peito
Não será tormento demais para alguém?
Encho-me de coragem e saio deste tecto
Lançando fogo à sua tormentosa edificação
Olho as labaredas a consumirem este carcinoma
Que se esvai no pano negro da noite
E tudo o que era choro e dor
Jaz agora nas cinzas e nos escombros
E procuro um novo lar
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Poesia :
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Comentários
Re: Tormentosa Mansão
Um poema que mostrar um lar em ruínas, que com fogo destróis.
E agora procuras um novo lar.
Aguardo a poesia do novo lar.
Parabens gostei da leitura atraente e contundente.